Uma pequena lupa embaçada no Açude Velho
O Açude Velho é um dos pontos mais movimentados da cidade de Campina Grande. Nele temos vários pontos turísticos e restaurantes que são frequentados por turistas e campinenses. Em seu perímetro existe uma larga faixa que é usada por todos que desejam apreciar a calmaria e paisagem atraente dessa localidade. Também é importante ressaltar que o movimento de veículos no local é bastante intenso e que o açude dá acesso a diversas partes da cidade.
Dentre os vários pontos turísticos que podemos acessar nessa localidade, se encontra o Monumento ao Sesquicentenário de Campina Grande e a estátua de Jackson do Pandeiro. Além disso, o açude contém diversos restaurantes e redes de fast-food, tendo destaque a filial do Bob's que foi instalada próxima ao Parque da Criança. Esses são pontos de intensa circulação de pessoas e veículos e partindo disso podemos aproximar nossa lupa sobre o Açude Velho.
A primeira questão que trataremos é sobre a movimentação de ciclistas e pedestres nessa localidade. Buscando entender melhor em que horários existe maior movimentação, é possível notar no gráfico abaixo que o movimento de pedestres e ciclistas é maior no início do dia e no fim da tarde.
É possível ver também que o maior fluxo de pessoas e veículos se concentra no fim da tarde. Lá podemos identificar que o número de pedestres cresce entre as 15:00 horas, encontra seu ápice às 17:00 e vai reduzindo a partir das 18:00 horas.
Partindo desse raciocínio, focaremos nossa atenção agora no movimento de pedestres. O motivo desse fluxo intenso vem da combinação de temperaturas amenas de fim de tarde ou início da manhã + largas calçadas que propiciam uma maior mobilidade para pedestres caminharem e realizarem exercícios ao redor do açude. Mas e se todos esses pedestres tiverem optado por passar de algum outro veículo? Claro que a maior parte desse fluxo é de pessoas que buscam realizar exercícios e geralmente não estariam ali se não existisse essas condições citadas previamente, mas vamos imaginar se esse fluxo de pessoas fosse convertido em automóveis.
É notável que os automóveis emitem gases que aceleram o efeito estufa. Partindo da ideia de que cada carro tenha uma média de quatro pessoas, cada moto tenha duas e cada ônibus tenha quarenta podemos ter uma noção de quantos veículos seriam necessários para transportar todos os pedestres. O gráfico a seguir nos ajuda a ter uma ideia da quantidade de veículos que são poupados em um dia por pedestres que optaram por não utilizar veículos.
A quantidade de carros se evidencia com a maior quantidade dos três meios de transporte. Contudo, ainda estamos ignorando a presença dos caminhões que passam na localidade. Classificando motos, carros, ônibus e caminhões como não sustentáveis e ciclistas e pedestres como sustentáveis, temo a seguinte proporção:
Fica evidente que, mesmo juntando todos os ciclistas e pedestres que passaram naquela região, a proporção de veículos não sustentáveis ultrapassa muito mais da metade do fluxo registrado no açude. É preocupante que mesmo com valores tão altos de pedestres e ciclistas ainda temos uma proporção altíssima de veículos poluentes que passam todo dia a emitir fumaça e gases tóxicos na atmosfera.
Infelizmente ainda não existem meios de locomoção mais sustentáveis (como metrôs) na cidade e isso implica numa maior necessidade desses veículos poluentes. É importante que se preocupemos com a mobilidade aliada à sustentabilidade pois as duas afetam nosso cotidiano, contudo a segunda só é percebível quando aproximamos nossa lupa sobre os dados.
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